Pecuarista é condenado por invadir posto de saúde e tentar matar médico a tiros por ciúmes da companheira
Fórum de Pedro Afonso
Rondinelli Ribeiro/Cecom/TJTO
O pecuarista Lincoln Abrunhoza de Rezende Souza, de 67 anos, foi condenado a mais de 14 anos de prisão pela tentativa de homicídio de um médico e lesão corporal contra uma técnica de enfermagem. O crime aconteceu dentro de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Santa Maria do Tocantins, região centro-norte do Estado. O motivo seria ciúmes de um atendimento médico à companheira.
O réu passou pelo Tribunal do Júri da Comarca de Pedro Afonso e a condenação é por tentativa de homicídio contra o médico e lesão corporal grave contra a técnica de enfermagem. A pena total é de 14 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão, em regime inicial fechado.
A decisão cabe recurso, segundo o Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO). O advogado Paulo Roberto da Silva, que atua na defesa do pecuarista, disse que está analisando se vai apresentar recurso. Ele também afirmou que o cliente está preso há quatro anos.
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O crime
Conforme o processo, o crime aconteceu no dia 24 de novembro de 2021, por volta das 15h. Lincoln foi até a unidade de saúde e na recepção, anunciou que queria ser atendido pelo médico. O motivo do ataque seria porque o réu teve ciúmes da companheira, que foi atendida pelo médico, e que essa consulta teria sido deficiente.
Como o pecuarista não entregou documentos para ser atendido na unidade, teve que deixar o local, mas ficou dentro de um carro, mas proximidades. Ao ver o médico na saída da unidade, saiu do carro e, com a arma de fogo em punho, atacou a vítima.
Lincoln efetuou mais de 15 disparos e o médico correu para dentro da unidade para se esconder. Como o homem não achou o médico, abriu fogo dentro da unidade.
A técnica de enfermagem também tentou se esconder, mas o pecuarista a viu entrando em uma sala e foi em sua direção. Tentou arrombar a porta e também disparou. Nesse momento a técnica levou um tiro na mão. Após ser ferida, ela conseguiu fugir do local e pedir ajuda.
Na fuga, ele também teria atirado contra outra mulher em um estabelecimento comercial no centro da cidade, mas ela não foi atingida. Ele foi acusado de no mesmo dia desacatar policiais militares, mas foi absolvido desse crime.
O pecuarista foi julgado na quinta-feira (13), e os jurados reconheceram a tentativa de homicídio, com as qualificadoras de motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Na decisão foi levada em consideração a “culpabilidade acentuada”, já que Lincoln premeditou o crime e abriu fogo em um prédio público, com crianças presentes e "gerando grave risco coletivo, além dos impactos psicológicos significativos causados às vítimas".
O juiz Milton Lamenha de Siqueira, que presidiu o julgamento, negou o direito do réu recorrer em liberdade e determinou o pagamento de R$ 10 mil por danos morais às duas vítimas. Além disso, as armas usadas pelo condenado terão que ser apreendidas e encaminhadas ao Exército Brasileiro para destruição.
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